sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Primeiro Passeio Do Barquinho



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Certa vez Sr. Forte um barco rebocador, estava passando como sempre fazia no final da tarde. O barquinho seu filho, pediu para ir com ele, mas o Sr, Forte achou que ele ainda não estava pronto para o seu primeiro passeio no mar, ele percebeu a aflição do barquinho e prometeu que assim que ele estivesse preparado, deixaria ele costear a praia sozinho. Os meses se passaram e o barquinho ansioso quase todos os dias perguntava ao pai:


- Posso ir hoje Papai?

Mas no tempo certo, o Sr. Forte então preparou uma surpresa para o barquinho, chamou D. Barcaça pesqueira sua mãe, a escuna Eloíza sua irmã chic, e Pétros seu irmão, o jovem petroleiro que estava de férias em casa e fizeram a maior festa para o barquinho com direito a champanhe e laço de inauguração.
O Sr, forte cumpriu sua promessa e levou o Barquinho para o mar, recomendando apenas ao que fosse obediente e não se distanciasse muito da praia, apenas navegasse contornando a costa. O barquinho foi levado ao mar de madrugada pelo pai, antes mesmo do sol nascer, e assim começou a sua aventura.
O barquinho ficou deslumbrado como era gostoso flutuar nas marolas, e sentir aquilo que ele não sabia o que era, foi então que se atreveu a perguntar, quem é você?

- Eu sou o vento!,
- Todo bem amigo vento? fica mais fácil navegar com você.
- Obrigado barquinho eu posso ajudar você a andar mais rápido se quiser.
- Não, Não amigo Vento, eu estou gostando muito de navegar devagar é o meu primeiro dia no mar!

Logo depois começou uma garoa bem fininha quase um orvalho e depois foi aumentando e ficou forte e o Barquinho perguntou ao vento:

- Epa! O que é isso ?

- É a amiga chuva! ela vem daquela nuvem, não se preocupe, logo vai passar.

- Ola amiga chuva! Este é um barquinho novo que está dando hoje o seu primeiro passeio, não vai assustar o garoto!

- Não, Não Vento ! é só você me empurrar um pouquinho e eu logo vou passar.

- É prá já!

Disse então a chuva ao Barquinho: Olá, pequenino barquinho boa sorte!

O vento empurrou a chuva e saíram os dois juntos e o barquinho começou a sentir um forte calor, então perguntou?

- Quem é você?
- Eu sou o sol, uma estrela, trago luz e calor para a terra.
- É, eu estou sentindo o seu calor muito forte!
- Barquinho, o que você faz por aqui?
- Hoje é o meu primeiro passeio pela praia e já fiz bons amigos o Sr. Vento e a Sr. Chuva. Posso ser seu amigo também Sr. Sol?

- Claro pequenino barquinho, vou ficar com você o dia inteirinho é que eu não saio do lugar não sabe barquinho, se eu sair uma parte de terra esquenta demais e outra parte fica gelada, a terra é que se move e então acontece o dia e a noite é quando então vocêconsegue ver e as estrelas e a lua.

- Lua? Que nome mais doce e... bonito!

- É amigo, beleza é que não lhe falta, ainda mais hoje que ela vai estar cheia.

- E tem dias que ela está vazia como a maré?

- Não é bem assim não, Barquinho temos muito tempo, eu vou explicar...

-
Assim continuaram conversando sobre a lua não percebendo o tempo passar, como fazem os amigos.

- Eu quero conhecê-la!

disse o Barquinho cada vez mais curioso.

- Vamos continuar o nosso passeio e logo ela aparecerá.
-
- Mas eu tenho que voltar já está tarde.
-
- Não tem problema amiguinho, dê a volta e comece seu retorno e logo você vai conhecer a Lua.

Os dois foram conversando, e conversando e o brilho do sol foi diminuindo até o sol dizer ao barquinho, já está na minha hora de sair, para que a lua possa chegar!

- Ei, você não vai me apresentar pra ela?

- Não precisa amigo, ela mesmo irá se apresentar e você,
sua beleza ilumina todo o céu!

- Assim como você?

- Não amiguinho ela tem um pouco do meu brilho,
mas o céu ficará escuro, contrastando com o seu brilho, ela se tornará ainda mais bela! Até amanhã barquinho!

- Até amanhã Sr. Sol, foi um grande prazer te conhecer.

A lua então nasceu, lá no finzinho do mar, vermelha e muito parecida com o sol, mas logo quando escureceu ela ficou branquinha e brilhante, o nosso amigo barquinho estava sem fala, com a beleza da lua. Foi então que a lua disse:

- Olá barquinho, eu sou a Lua, meu amigo sol passou por mim bem rapidinho e me falou de você, Seja bem vindo ao mar, querido, Boa sorte!
- Estava criando coragem para dizer olá para você, Lua! você é mesmo tão linda quanto o sol me disse.

- Obrigado barquinho, a minha beleza e a de tudo que existe de belo no universo, reflete a imagem do nosso criador, que é Deus!
A Lua falou de Deus para ele, que ficou ainda um bom tampo ali, conversando com ela.

O Pai do barquinho o Sr Forte, apareceu e ficou olhando de longe, depois se aproximou e disse:

- Que tal o passeio meu filho?
- Maravilhoso Pai, eu conheci o Sr.Vento, a Sra. Chuva o Sr. Sol que me falou muito sobre a Lua e finalmente agora a conheci, ela não é linda Papai?
- Sim filho, é linda!
- Ela me falou de Deus, o seu criador que fez todas as coisas!
- Então Filho sua viagem de fato foi muito importante, vamos contar tudo isto a sua mãe!

E toda a família se reuniu outra vez, para ouvir o barquinho e as experiências que tivera em sua, tão esperada saída para o mar.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

EUTICO

 Ilustração: Coracy Schueler


O encontro de Paulo de Tarso com Jesus no caminho de Damasco mudou sua história e a partir daí muitos encontros se seguiram na vida de Paulo. Ele era guiado pelo Espírito de Deus, “e Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias.” Experimentou perseguições e muito sofrimento, isto lhe fora dito pelo próprio Jesus “Eu lhe mostrarei o quanto importa sofrer pelo meu nome”.

Paulo, um homem culto e inteligente, criado aos pés de Gamaliel, um conhecido sumo sacerdote judeu. Depois do encontro com Jesus, Paulo abriu mão de sua cultura e fez pouco caso do seu próprio conhecimento, para ensinar o evangelho de forma simples, a tantos quantos pudesse, através do seu testemunho que ele chamava de  “loucura da pregação”.
Ele percorreu muitas cidades, países e continentes alcançando muitos gentios (não judeus) e ao mesmo tempo cuidava em escapar das ciladas preparadas pelos judaizantes. Declarava que em nada tinha a sua vida por preciosa, no entanto desejava alcançar  muitas pessoas e dizia :Fiz-me tudo para com todos, afim de ganhar alguns"  desejava de com todas as suas forças, completar a carreira que lhe fora proposta por Jesus.

Paulo passou por Trôade na Grécia, quando ia para a Macedônia, foi então que Êutico passou a fazer parte da sua  história.

O Espírito impulsionou Paulo para que enviasse à sua frente Sópatro filho de Pirro, de Bereia, Aristarco e Secundo de Tessalónica, Gaio de Derbe, Timóteo, além de Tíquico e Trofimo da província da Ásia. Ele os encontraria lá no Domingo. 
Me permito pensar que era madrugada, e dormia a cidade de Trôade sobre o frescor da noite, ao som das ondas do mar Egeu, quando as notícias da chegada do Apóstolo Paulo se espalharam entre os cristãos.

Com muita prudência e sigilo os cristãos receberam daqueles homens as instruções para os preparativos que antecederam a chegada de Paulo de Tarso. Um espaço amplo e muito bem iluminado fora preparado, no terceiro andar de uma construção grega, com espaço suficiente para reuniões com grande número de pessoas. Lugares assim eram comuns na Grécia, pois a troca de idéias e discutir opiniões, era segundo Paulo, de que se ocupavam os cidadãos de Atenas, capital da Grécia, em Trôade não devia ser muito diferente. O lugar se chamava: cenáculo.

Domingo, e como havia combinado com os seus companheiros, Paulo chegou em Trôade. No Cenáculo haveria um encontro de muitos irmãos, uma comunhão calorosa, onde ouviriam Paulo e compartilhariam juntos o pão, em memória de Jesus Cristo sua morte e ressurreição, costume dos cristãos aos Domingos.

Na hora marcada, o local estava cheio, cristãos dentre os gentios que estavam curiosos para conhecer aquele que pregava a fé que antes perseguia, tendo deixado para trás o legalismo judaico para abraçar apaixonadamente a fé no rabino Jesus, o filho de Deus. Naquele dia Paulo pregou demoradamente neste cenáculo. Seu discurso ali fora longo, interrompido apenas por um acontecimento inesperado.

Um jovem chamado Eutico ouvia Paulo assentado numa janela. Haviam muitas pessoas adultas ali com certeza ocupando os melhores lugares, imagino que Eutico, ainda que no desconforto de uma janela não iria perder, por nada, a oportunidade de ouvir aquele de quem muitos comentavam que era um herói. De perseguidor a perseguido, que realizava muitos milagres e expulsava espíritos imundos.

Na janela, Eutico se expôs, quem passasse ali iria vê-lo entre os que seguiam a fé cristã publicamente. Este jovem estava entre adultos que arriscavam a vida para estarem ouvindo o evangelho. Há quem pense, que por Paulo estar entre os gentios era mais fácil sua vida de apóstolo, mas é só ler sobre as perseguições que ele passou em Éfeso, Filipos, e Tessalónica para ter uma ideia da vida de Paulo entre os gentios. Ouvir Paulo falar sobre Jesus significava naquele tempo risco de morte. Eutico correu esse risco, simplesmente por estar ali ouvindo Paulo falar.

Era tarde da noite e Paulo se demorava no seu discurso, e diz a bíblia que Eutico vencido pelo sono pende da janela em que estava assentado e cai do terceiro andar, morrendo com o impacto. Eu imagino que não só Eutico havia sido vencido pelo sono, porém ele estava numa janela e mesmo sabendo dos riscos eu creio que ele tinha certeza que nada o faria dormir. Não ele, um jovem grego acostumado a ouvir histórias de heróis, contadas geração após geração, helena de Tróia e o cavalo de Tróia, não, com certeza Eutico não tinha a intenção de dormir, fora de fato vencido pelo sono e caiu.

 Ilustração: Coracy Schueler

Ao cair, o choque do acontecimento acordou os dormentes e fez os acordados correrem para socorrê-lo, mas sua queda fora fatal, os traumas em seu corpo jovem, devem ter chocado aqueles que viram o acontecido. Mas Paulo vem, e desce junto com os irmãos, se aproxima do corpo do jovem e se deita por cima dele, como Elias fez com o corpo morto do filho da Sunamita, e logo em seguida a boa notícia. “A vida ainda está nele” Paulo o levantou. Se haviam ossos quebrados estes voltaram para o lugar, se houveram tecidos e órgãos lesados, foram restaurados. O jovem Êutico volta para o cenáculo com Paulo, em perfeito estado de saúde. O nome de Jesus foi glorificado! e ninguém mais dormiu. Comeram pão e com certeza a comunhão entre eles fora fortalecida.

E foi assim o encontro de Paulo de Tarso, e um jovem chamado Êutico. Gosto e conto esta história porque tenho a ambição de viver um tempo de restauração dos dons espirituais e neste momento do caos na saúde mundial. Nos nossos encontros, apresentemos ao nosso próximo: Cristo aquele que cura.

“… todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos. E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias.” Atos 19:10 e 11.