sábado, 1 de maio de 2010

A SURPRESA



A SURPRESA
Cora Schueler
Certa vez, no mundo das coisas inanimadas o presente surpresa estava quase ultrapassando os limites do seu mundo, tal era a sua ansiedade e curiosidade para que alguém descobrisse o que havia dentro de si. Os objetos ao seu redor já não o agüentavam mais tanto que o ouviam dizer: é hoje, é agora, lá vem um humano pequeno chamado menino me abrir, lá vem, lá vem.
Só que atrás do humano pequeno havia sempre um humano maior que dizia: não! agora não espere até a noite:
A nossa noite de natal!
O presente surpresa então só não caiu porque havia algo dentro dele, e estava junto aos outros presentes. Não demorou nem dez minutos lá estava ele outra vez ansioso e perguntando a todos os outros objetos e enfeites da casa se já era o natal.
O Sr. Lustre de Cristal, um dos objetos mais antigos da casa e respeitado por todos pela sua posição e função de irradiar a luz, irritado com a ansiedade do presente surpresa, queria acabar com aquela euforia e disse:
- O Natal que você tanto espera será o seu fim! Alguém irá abrir você, se alegrará pelo que você trás aí dentro e por fim descartará você, que se tornará um pacote vazio, um papel rasgado colocado num saco de lixo!
Todos que o ouviam ficaram chocados, depois de tanto glamour no natal… virar lixo. Que horror!
_ Sr. Lustre de Cristal não tem algo melhor para dizer!
_ Coitadinho! - Diziam todos.
Mas foi quando a cadeira do vovô pediu a palavra e disse ao Sr. Lustre de Cristal:
_ Você pode ser antigo Sr. Lustre de Cristal, mas parece que isto não lhe trouxe muita sabedoria. Você está aí no alto, com uma visão privilegiada pode ver a todos nós e ainda reflete luz nos seus cristais. Percebo que ficou orgulhoso… e o orgulho impede que você veja claramente. Estou a muitas gerações nesta família e sei que eles têm uma tradição de Natal: é que, além dos presentes trocados por todos, o chefe da família sempre traz um presente surpresa, que é para todos. É um presente coletivo, uma benção que todos podem usufruir e sempre traz alegria à família. Todos desta família grande esperam muito por essa surpresa, que é aberta depois de todos os outros presentes. E digo mais Sr Presente Surpresa, você não é a sua embalagem! Não é mesmo!… Você é o que você é por dentro e quando você for aberto sairá de sua casca e será como um de nós, um objeto útil a essa família e todos gostarão de você.
O Sr Presente Surpresa então, agradecido, se acomodou tranqüilo entre os outros presentes e esperou a sua hora chegar:
Sons de passos se ouviram. Os objetos sabem que não podem conversar quando os humanos estão por perto e se calaram. Então a sala se encheu de pessoas. A festa começou, presentes foram trocados. A alegria encheu a sala e o coração de todos que ali estavam.
E finalmente chegou a hora do presente coletivo!
O vovô, patriarca da família, sentou-se então em sua cadeira e, muito animado, disse:
_ Este ano eu preparei algo muito especial. Venham se aninhar aqui perto de mim, meus filhos e netos, porque o presente coletivo surpresa deste ano ééééééé… ouvirmos juntos a verdadeira história do Natal.
O vovô abriu o presente surpresa e tirou de dentro dele um livro maravilhoso… e começou a contar a mais bela histórias de todas.
E todos ouviram, juntos:
A história do homem não foi sempre assim, tudo que vemos de dor e tristeza começou quando o homem desobedeceu a Deus, o pecado entrou no mundo e o homem se afastou de Deus. Deus disse ao homem, a mulher e ao inimigo o que aconteceria com eles agora que tinham desobedecido.
Mas Deus cheio de amor pelo homem, também fez uma promessa, que um dia o descendente da mulher acabaria com o mau. Esse descendente é Jesus, a promessa de Deus se cumpriu.

Música 1 - TUDO COMEÇOU ASSIM… (Cora Schueler)
Tudo começou com Deus
Criando tudo
Mas no Homem fez à sua imagem
Para conversar,
para conviver
Para desfrutar de sua presença
Então chegou o dia mau
O homem desobedeceu
E entregou seu coração
Ao inimigo que mentiu
Então caiu se separou de Deus
O pecado entrou no mundo
Deus fez a promessa , salvação
Que o descendente da mulher,
pisaria o mal
Foi assim que Deus criou o Natal
Jesus é a promessa do Natal

Se cumprindo o tempo que Deus planejou, ele enviou o anjo Gabriel para anunciar a Maria, uma humilde jovem que ela foi escolhida para ser a mãe do salvador e anunciou também ao seu noivo José, o ente santo que estava para nascer, e que José cuidaria deles.

Música 2 - O RECADO DO ANJO GABRIEL (Cora Schueler)
Maria você recebeu
Uma missão especial
Dentro de você será gerado
Do Espírito Santo, o filho de Deus
Ele é Santo, Ele é Amado
Prometido, Esperado, Príncipe da Paz!
Maravilhoso, Conselheiro.
Deus forte, Desejado O Príncipe da Paz
José você também terá
Uma missão especial
Cuide da mamãe e do menino
Pois ele é santo, o filho de Deus
Passados os meses, o menino Já estava para nascer quando o Rei ordenou a contagem das pessoas nas cidades onde nasceram. Maria e José tinham que fazer uma viagem para a pequena cidade de Belém. Chegando lá a cidade estava cheia de gente, e não encontraram lugar para se hospedarem.

MUSICA 3 – NÃO HAVIA LUGAR (Cora Schueler)- Lucas 2:7
Palmas – OH de casa!!!! (voz de um Homem)
Oh de casa, Ninguém abriu,
( Palmas ), ninguém ouviu!
José bateu, de porta em porta
A porta não abriu, em Belém
Não há lugar, Tudo está cheio
Nenhuma casa ou hospedaria
Esperam por José e Maria

Finalmente alguém teve compaixão daquela família e cedeu um lugar, um estábulo, José acomodou Maria e ali naquele lugar muito simples, e ali nasceu Jesus o filho de Deus!
Magos vieram do oriente, guiados por uma estrela e foram ao palácio falar com o rei, mas não era ali que Jesus estava, quando saíram do palácio, foram guiados pela mesma estrela que só parou na casa onde Jesus estava. Eles ficaram muito alegres e lhe entregaram preciosos presentes ao rei Jesus: ouro, incenso e mirra.

MÚSICA 4 - Retorno à Adoração (Cora Schueler) (Mateus 2.10 - 11.)
Os magos levaram presentes ao Rei, ao Rei, ao Rei Jesus!
Eu trago meu presente Rei, recebe também!
Os magos levaram presentes os Rei, ao Rei, ao Rei Jesus!
Eu trago meu presente Rei, recebe também!
Trago minha obediência à tua Palavra Rei,
O que eu ouvi vou praticar
O que eu li vou praticar
O que eu aprendi vou praticar
E assim te adorar, Rei
E assim te adorar, Rei…

Quem recebe Jesus como seu salvador, recebe em sua vida o cumprimento da promessa de Deus de destruir o mau e terá como companheiro inseparável e amigo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores!

Música 5 - COMPANHEIRO MEU (Cora Schueler)
Te dou graças pela vida
Graças pelo amor Jesus
Te dou graças porque você me amou e veio
Te dou graças por que agora eu caminho contigo
Companheiro meu, amado meu , amigo, Deus
Companheiro meu, amado meu , amigo.
São tantas as coisas que acontecem no final do ano, quando se comemora o Natal, que muitas vezes as compras e a correria roubam o precioso sentido do natal. É preciso parar tudo e viver Jesus, a promessa do Natal, todos os dias dentro de nós.

Música 6 - Pare é natal (Cora Schueler)
É natal pare um instante
É natal respire este ar
A correria das compras não pode apagar
Que Jesus nasceu
O amor desceu é natal
Dentro de nós
É natal pare um instante
É natal respire este ar
O pisca-pisca que brilha não pode ofuscar
Que Jesus nasceu …
O amor desceu é natal
Dentro de nós
É natal, É natal, É natal,
Dentro de nós

Final da apresentação com canto e coreografia!

Nas mãos do velho contador de histórias, o livro maravilhoso se deixava folhear com uma alegria imensa, indescritível. Num certo momento olhou para baixo e viu aos pés do vovô o papel de presentes todo amassado e se lembrou das palavras da cadeira sábia. Ele emocionado sabia, que não era apenas a sua capa, um papel agora amassado, mas sim, o Sr. Livro de Histórias Eternas, mais brilhante que qualquer lustre do mundo, pois não precisava de lâmpadas para brilhar: tem luz própria na voz dos homens que narram suas histórias.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O MAR NÃO ESTÁ PRA PEIXE - CORA SCHUELER Mt 4:18-22




Link do autor da imagem: HTML:Cardume de peixes por Petr Kratochvil


Ouvir Jesus é tão bom, que um dia ele ficou todo apertadinho no meio de uma multidão. Como estava perto do mar Jesus viu os pescadores lavando as redes, e entrou no barco do pescador Simão. Ele ajudou Jesus puxando o barco para a água e do barco ele ensinava as pessoas.


Quando Jesus acabou de ensinar, chamou Simão e disse: leve o barco para o meio do mar, e lance as redes. Simão disse a Jesus que ele e os companheiros trabalharam a noite toda, e que ”o mar não estava pra peixe”. Mas ele acreditou no que Jesus falou e disse assim a Jesus: “por causa da tua palavra vamos jogar as redes de novo” Simão e seus companheiros voltaram para o mar.

Quando Simão chegou em alto mar, e se assustou, nunca tinha visto tanto peixe em toda a sua vida. Ele e seus companheiros pegaram muitos peixes, mas tantos mesmo, que a rede estava rasgando. Simão gritou Tiago! João! ajudem aqui! Eles estavam em outro barco. Encheram tanto os dois barcos, que quase afundaram.

No caminho de volta a praia, o coração de Simão estava tocado por Jesus e quando chegou perto dele, se abaixou e colocou o rosto na terra aos pés dele, com este gesto reconheceu que Jesus é Deus. Simão e seus companheiros Tiago e João, seu irmão André ficaram assustados com a pesca maravilhosa que fizeram.

Não tenham medo! venham comigo, eu farei de vocês, pescadores de gente, disse Jesus, eles deixaram tudo, para ficar junto com Jesus.

Quando Simão encontrou Jesus viu as coisas do jeito dele, o pescador de peixes, virou pescador de gente. É preciso ensinar as crianças que Jesus pode mudar as pessoas e situações radicalmente. 
Mt 4:18-22 

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Primeiro Passeio Do Barquinho



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Certa vez Sr. Forte um barco rebocador, estava passando como sempre fazia no final da tarde. O barquinho seu filho, pediu para ir com ele, mas o Sr, Forte achou que ele ainda não estava pronto para o seu primeiro passeio no mar, ele percebeu a aflição do barquinho e prometeu que assim que ele estivesse preparado, deixaria ele costear a praia sozinho. Os meses se passaram e o barquinho ansioso quase todos os dias perguntava ao pai:


- Posso ir hoje Papai?

Mas no tempo certo, o Sr. Forte então preparou uma surpresa para o barquinho, chamou D. Barcaça pesqueira sua mãe, a escuna Eloíza sua irmã chic, e Pétros seu irmão, o jovem petroleiro que estava de férias em casa e fizeram a maior festa para o barquinho com direito a champanhe e laço de inauguração.
O Sr, forte cumpriu sua promessa e levou o Barquinho para o mar, recomendando apenas ao que fosse obediente e não se distanciasse muito da praia, apenas navegasse contornando a costa. O barquinho foi levado ao mar de madrugada pelo pai, antes mesmo do sol nascer, e assim começou a sua aventura.
O barquinho ficou deslumbrado como era gostoso flutuar nas marolas, e sentir aquilo que ele não sabia o que era, foi então que se atreveu a perguntar, quem é você?

- Eu sou o vento!,
- Todo bem amigo vento? fica mais fácil navegar com você.
- Obrigado barquinho eu posso ajudar você a andar mais rápido se quiser.
- Não, Não amigo Vento, eu estou gostando muito de navegar devagar é o meu primeiro dia no mar!

Logo depois começou uma garoa bem fininha quase um orvalho e depois foi aumentando e ficou forte e o Barquinho perguntou ao vento:

- Epa! O que é isso ?

- É a amiga chuva! ela vem daquela nuvem, não se preocupe, logo vai passar.

- Ola amiga chuva! Este é um barquinho novo que está dando hoje o seu primeiro passeio, não vai assustar o garoto!

- Não, Não Vento ! é só você me empurrar um pouquinho e eu logo vou passar.

- É prá já!

Disse então a chuva ao Barquinho: Olá, pequenino barquinho boa sorte!

O vento empurrou a chuva e saíram os dois juntos e o barquinho começou a sentir um forte calor, então perguntou?

- Quem é você?
- Eu sou o sol, uma estrela, trago luz e calor para a terra.
- É, eu estou sentindo o seu calor muito forte!
- Barquinho, o que você faz por aqui?
- Hoje é o meu primeiro passeio pela praia e já fiz bons amigos o Sr. Vento e a Sr. Chuva. Posso ser seu amigo também Sr. Sol?

- Claro pequenino barquinho, vou ficar com você o dia inteirinho é que eu não saio do lugar não sabe barquinho, se eu sair uma parte de terra esquenta demais e outra parte fica gelada, a terra é que se move e então acontece o dia e a noite é quando então vocêconsegue ver e as estrelas e a lua.

- Lua? Que nome mais doce e... bonito!

- É amigo, beleza é que não lhe falta, ainda mais hoje que ela vai estar cheia.

- E tem dias que ela está vazia como a maré?

- Não é bem assim não, Barquinho temos muito tempo, eu vou explicar...

-
Assim continuaram conversando sobre a lua não percebendo o tempo passar, como fazem os amigos.

- Eu quero conhecê-la!

disse o Barquinho cada vez mais curioso.

- Vamos continuar o nosso passeio e logo ela aparecerá.
-
- Mas eu tenho que voltar já está tarde.
-
- Não tem problema amiguinho, dê a volta e comece seu retorno e logo você vai conhecer a Lua.

Os dois foram conversando, e conversando e o brilho do sol foi diminuindo até o sol dizer ao barquinho, já está na minha hora de sair, para que a lua possa chegar!

- Ei, você não vai me apresentar pra ela?

- Não precisa amigo, ela mesmo irá se apresentar e você,
sua beleza ilumina todo o céu!

- Assim como você?

- Não amiguinho ela tem um pouco do meu brilho,
mas o céu ficará escuro, contrastando com o seu brilho, ela se tornará ainda mais bela! Até amanhã barquinho!

- Até amanhã Sr. Sol, foi um grande prazer te conhecer.

A lua então nasceu, lá no finzinho do mar, vermelha e muito parecida com o sol, mas logo quando escureceu ela ficou branquinha e brilhante, o nosso amigo barquinho estava sem fala, com a beleza da lua. Foi então que a lua disse:

- Olá barquinho, eu sou a Lua, meu amigo sol passou por mim bem rapidinho e me falou de você, Seja bem vindo ao mar, querido, Boa sorte!
- Estava criando coragem para dizer olá para você, Lua! você é mesmo tão linda quanto o sol me disse.

- Obrigado barquinho, a minha beleza e a de tudo que existe de belo no universo, reflete a imagem do nosso criador, que é Deus!
A Lua falou de Deus para ele, que ficou ainda um bom tampo ali, conversando com ela.

O Pai do barquinho o Sr Forte, apareceu e ficou olhando de longe, depois se aproximou e disse:

- Que tal o passeio meu filho?
- Maravilhoso Pai, eu conheci o Sr.Vento, a Sra. Chuva o Sr. Sol que me falou muito sobre a Lua e finalmente agora a conheci, ela não é linda Papai?
- Sim filho, é linda!
- Ela me falou de Deus, o seu criador que fez todas as coisas!
- Então Filho sua viagem de fato foi muito importante, vamos contar tudo isto a sua mãe!

E toda a família se reuniu outra vez, para ouvir o barquinho e as experiências que tivera em sua, tão esperada saída para o mar.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

EUTICO

 Ilustração: Coracy Schueler


O encontro de Paulo de Tarso com Jesus no caminho de Damasco mudou sua história e a partir daí muitos encontros se seguiram na vida de Paulo. Ele era guiado pelo Espírito de Deus, “e Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias.” Experimentou perseguições e muito sofrimento, isto lhe fora dito pelo próprio Jesus “Eu lhe mostrarei o quanto importa sofrer pelo meu nome”.

Paulo, um homem culto e inteligente, criado aos pés de Gamaliel, um conhecido sumo sacerdote judeu. Depois do encontro com Jesus, Paulo abriu mão de sua cultura e fez pouco caso do seu próprio conhecimento, para ensinar o evangelho de forma simples, a tantos quantos pudesse, através do seu testemunho que ele chamava de  “loucura da pregação”.
Ele percorreu muitas cidades, países e continentes alcançando muitos gentios (não judeus) e ao mesmo tempo cuidava em escapar das ciladas preparadas pelos judaizantes. Declarava que em nada tinha a sua vida por preciosa, no entanto desejava alcançar  muitas pessoas e dizia :Fiz-me tudo para com todos, afim de ganhar alguns"  desejava de com todas as suas forças, completar a carreira que lhe fora proposta por Jesus.

Paulo passou por Trôade na Grécia, quando ia para a Macedônia, foi então que Êutico passou a fazer parte da sua  história.

O Espírito impulsionou Paulo para que enviasse à sua frente Sópatro filho de Pirro, de Bereia, Aristarco e Secundo de Tessalónica, Gaio de Derbe, Timóteo, além de Tíquico e Trofimo da província da Ásia. Ele os encontraria lá no Domingo. 
Me permito pensar que era madrugada, e dormia a cidade de Trôade sobre o frescor da noite, ao som das ondas do mar Egeu, quando as notícias da chegada do Apóstolo Paulo se espalharam entre os cristãos.

Com muita prudência e sigilo os cristãos receberam daqueles homens as instruções para os preparativos que antecederam a chegada de Paulo de Tarso. Um espaço amplo e muito bem iluminado fora preparado, no terceiro andar de uma construção grega, com espaço suficiente para reuniões com grande número de pessoas. Lugares assim eram comuns na Grécia, pois a troca de idéias e discutir opiniões, era segundo Paulo, de que se ocupavam os cidadãos de Atenas, capital da Grécia, em Trôade não devia ser muito diferente. O lugar se chamava: cenáculo.

Domingo, e como havia combinado com os seus companheiros, Paulo chegou em Trôade. No Cenáculo haveria um encontro de muitos irmãos, uma comunhão calorosa, onde ouviriam Paulo e compartilhariam juntos o pão, em memória de Jesus Cristo sua morte e ressurreição, costume dos cristãos aos Domingos.

Na hora marcada, o local estava cheio, cristãos dentre os gentios que estavam curiosos para conhecer aquele que pregava a fé que antes perseguia, tendo deixado para trás o legalismo judaico para abraçar apaixonadamente a fé no rabino Jesus, o filho de Deus. Naquele dia Paulo pregou demoradamente neste cenáculo. Seu discurso ali fora longo, interrompido apenas por um acontecimento inesperado.

Um jovem chamado Eutico ouvia Paulo assentado numa janela. Haviam muitas pessoas adultas ali com certeza ocupando os melhores lugares, imagino que Eutico, ainda que no desconforto de uma janela não iria perder, por nada, a oportunidade de ouvir aquele de quem muitos comentavam que era um herói. De perseguidor a perseguido, que realizava muitos milagres e expulsava espíritos imundos.

Na janela, Eutico se expôs, quem passasse ali iria vê-lo entre os que seguiam a fé cristã publicamente. Este jovem estava entre adultos que arriscavam a vida para estarem ouvindo o evangelho. Há quem pense, que por Paulo estar entre os gentios era mais fácil sua vida de apóstolo, mas é só ler sobre as perseguições que ele passou em Éfeso, Filipos, e Tessalónica para ter uma ideia da vida de Paulo entre os gentios. Ouvir Paulo falar sobre Jesus significava naquele tempo risco de morte. Eutico correu esse risco, simplesmente por estar ali ouvindo Paulo falar.

Era tarde da noite e Paulo se demorava no seu discurso, e diz a bíblia que Eutico vencido pelo sono pende da janela em que estava assentado e cai do terceiro andar, morrendo com o impacto. Eu imagino que não só Eutico havia sido vencido pelo sono, porém ele estava numa janela e mesmo sabendo dos riscos eu creio que ele tinha certeza que nada o faria dormir. Não ele, um jovem grego acostumado a ouvir histórias de heróis, contadas geração após geração, helena de Tróia e o cavalo de Tróia, não, com certeza Eutico não tinha a intenção de dormir, fora de fato vencido pelo sono e caiu.

 Ilustração: Coracy Schueler

Ao cair, o choque do acontecimento acordou os dormentes e fez os acordados correrem para socorrê-lo, mas sua queda fora fatal, os traumas em seu corpo jovem, devem ter chocado aqueles que viram o acontecido. Mas Paulo vem, e desce junto com os irmãos, se aproxima do corpo do jovem e se deita por cima dele, como Elias fez com o corpo morto do filho da Sunamita, e logo em seguida a boa notícia. “A vida ainda está nele” Paulo o levantou. Se haviam ossos quebrados estes voltaram para o lugar, se houveram tecidos e órgãos lesados, foram restaurados. O jovem Êutico volta para o cenáculo com Paulo, em perfeito estado de saúde. O nome de Jesus foi glorificado! e ninguém mais dormiu. Comeram pão e com certeza a comunhão entre eles fora fortalecida.

E foi assim o encontro de Paulo de Tarso, e um jovem chamado Êutico. Gosto e conto esta história porque tenho a ambição de viver um tempo de restauração dos dons espirituais e neste momento do caos na saúde mundial. Nos nossos encontros, apresentemos ao nosso próximo: Cristo aquele que cura.

“… todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos. E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias.” Atos 19:10 e 11.