sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O Passarinho Zinho na Grande Árvore

Cora Schueler

Foto Coracy Schueler

Numa grande árvore, daquelas que a gente pode passar uma chuva e se refrescar no dia de calor, morava uma família de passarinhos. Naquele dia, o Papai passarinho estava preparando, com cuidado, a última lição do treinamento dos seus filhotes. Ele já tinha ensinado a voar, a conseguir comida sozinhos, a escolher gravetos para a construção de um bom ninho, a achar água, essas coisas de passarinho. Os filhotes, ansiosos por voar e ter aventuras, comeram muito rápido as suculentas lagartas e insetos que a mamãe passarinho tinha conseguido para eles e, fortalecidos, estavam prontos para os ensinos do Papai.

As aulas eram práticas, respeitando as habilidades de cada um. Quem avançava e fazia um bom voo, por exemplo, era desafiado a fazer um voo ainda mais alto. Se o voo não fosse tão bom, o filhote era motivado a continuar tentando, sem desanimar, até conseguir. Toda a família estava envolvida neste importante aprendizado. Afinal, preparar os filhotes é garantir a sobrevivência da espécie e Papai passarinho sabia muito bem disso, pois já havia vencido muitos dos desafios que um passarinho tem de enfrentar. A delicadeza e pequenez dos passarinhos contrasta com o mundo grandioso dos humanos e dos predadores naturais. “Ainda bem que podemos voar acima deles!” - ensinou o Papai passarinho!

O que eles não imaginavam é que suas vidas iriam mudar radicalmente. Naquele dia, aquela linda família foi surpreendida por um ataque de pedras estilingadas de um grupo de garotos malvados que costumavam aterrorizar os passarinhos da região. As pedras que vinham de baixo para cima quebraram galhos, despedaçaram folhas e logo atingiu o ninho. O Papai tentou voar longe do ninho para atrair as pedras para o outro lado mas, nem assim, conseguiu proteger sua família. Esquivou-se até onde pôde das pedras, mas logo foi alvejado e despencou árvore abaixo, caindo no chão. O mesmo aconteceu com a mamãe e dois dos filhotes, restando, apenas, o passarinho Zinho que, tendo aprendido a voar melhor que os seus irmãos, alcançou os galhos mais altos da grande árvore, ficando ali até que o ataque das pedras acabasse.

A última lição não chegou a ser ensinada pelo Papai passarinho, era a lição do canto. Um passarinho tem que aprender os vários tipos de cantos para se comunicar com os da sua espécie e com outros passarinhos também. O canto de alegria, o de perigo, o canto para atrair outros pássaros e até um canto especial para atrair a fêmea com quem o passarinho vai fazer uma nova família. O passarinho Zinho era, portanto, um passarinho que não cantava. Silencioso e triste, Zinho permaneceu na grande árvore e não se arriscou mais a muitas aventuras. Ficava sempre nos arredores, temendo novos ataques. Como não ouviam canto algum, os passarinhos que passavam por ali nunca se interessavam pela grande árvore. Afinal, se não há canto, não há pássaros, e se não há pássaros, não há nem bichinhos nem frutos bons de se comer. Por isso, o passarinho Zinho ficava sempre sozinho na árvore grande.

Certo dia, porém, quando Zinho se ajeitava para dormir, ouviu um barulho de algo caindo por entre os galhos da grande árvore até que, finalmente, chegou ao chão. Desconfiado, Zinho voou até lá para ver o que era. Pensem! Era um pássaro de asa machucada que, de tão cansado do esforço e da dor, tombara no chão. Zinho, então, falou baixinho:

- Coitado, mais um estilingado!

E solidário como seu Papai lhe ensinara a ser, carregou o passarinho para cima e o colocou num galho bem seguro, cheio de folhas novinhas. Depois, deu-lhe seiva da árvore e um pouco de orvalho para beber. E para comer, deu-lhe lagartinhas suculentas e insetos, tal como mamãe havia lhe ensinado. Passados alguns dias, o pássaro machucado acordou, olhou ao redor e, percebendo que estava seguro, quentinho e de barriguinha cheia, começou a cantar bem alto, um canto lindo de alegria. O Passarinho Zinho também ficou alegre quando ouviu aquele canto, pois viu que o pássaro já estava acordado e se sentindo mais forte. Em pouco tempo, estaria completamente curado, pensou ele. Aproximando-se dele, disse que estava muito feliz por vê-lo melhor, e, em seguida, perguntou:

- Como devo chamá-lo?

- Pássaro Cantante! Foi você quem cuidou de mim? – perguntou o seu novo amigo.

- Fui eu, sim! Muito prazer, sou o Passarinho Zinho.

- Obrigado, amigo, como poderei recompensá-lo?

- Faça-me uma visita de vez em quando, sou um solitário!

- Solitário, numa árvore deste tamanho?

- É que não sei cantar e isto que faz com que nenhum outro pássaro queira pousar por aqui.

E contou para o Pássaro Cantante o que aconteceu com sua família e de como ficou só antes de aprender a lição de canto.

- Se for este o problema, Zinho, acho que posso ajudar. E a primeira coisa a fazer é viver a  história de hoje.

- Não entendi!

- É que, passarinhos cantam hoje! deixe a tristeza no ontem, todo dia é dia de cantar para um passarinho. você é um sobrevivente!! companheiro dessa árvore. Sem você a árvore estaria vazia e eu sem a sua ajuda acabaria morrendo com a asa quebrada. Obrigada por estar aqui, a sua vida Zinho, me salvou! Os ensinos de seus pais ficaram gravados em você, o criador usou a sua vida, pense nisto e você irá cantar naturalmente, pois foi para cantar que você foi criado. Você precisa vencer o medo e sair daqui, ver tudo o que o Criador fez para você , depois, voltar achar uma linda fêmea, construir seu ninho, e trazer ainda mais alegria para esta árvore, com a chegada dos barulhentos filhotes. Zinho, encha sua árvore com seus descendentes,  pássaros cantantes povoando este lugar.

E puxando-o pela asa, gritou:

- Vamos lá, olhe para a frente, vamos lá!

Graças às palavras do Pássaro Cantante, Zinho celebrou sua vida e a vida do amigo. Ensaiou seus primeiros cantos e logo desatou a cantar como pássaro que é. Nascera para cantar!  Foi assim que o passarinho Zinho, construiu uma linda família que cresceu muito e acabou povoando a grande árvore  de muitos pássaros e seus sons, atraindo mais vida para junto de si.


quinta-feira, 24 de julho de 2008

PAULO DE TARSO




Um dos mais famosos dos discípulos de Jesus era Paulo de Tarso. Embora sua conversão tenha sido após a ascensão de Jesus, o ministério de Paulo, sua vida, ações a profundidade das revelações do mistério do evangelho, descritas em suas cartas, apontam para a intimidade com Jesus através da pessoa do Espírito Santo que, para isto foi enviado, tornar possível na ausência corpórea de Jesus na terra, fazer discípulos íntimos de seu mestre.


Para entender a Paulo, seu ministério de sucesso e suas muitas perseguições, é preciso recordar quem era Paulo antes do encontro com Jesus.
Saulo era fariseu, uma das mais radicais facções do judaísmo. Romano por nascimento e judeu por descendência, da tribo de Benjamim, Saulo era um temido perseguidor de cristãos.
Numa dessas perseguições quando ia pelo caminho de Damasco, uma luz muito forte o cegou, e uma voz tremenda e paradoxalmente mansa o fez parar.
- Saulo, Saulo, porque me persegues?
- Quem és Senhor?
- Eu sou Jesus, a quem persegues.

Tendo Jesus falado com ele, de forma sobrenatural, foi visitado por um homem chamado Ananias, que recebeu uma ordem de Deus para isso, pois Saulo estava orando.
Ananias obedece, visita Saulo, ora por ele lhe restitui a visão. Saulo descobriu a Jesus de Nazaré e que este era realmente o que dizia ser, o Filho de Deus.
Saulo se tornou aquilo que perseguia: um cristão. E passou a ser chamado de Paulo. Sua fama se espalhou rapidamente, pois em nome de Jesus fazia muitos milagres. Odiado entre os judeus pois entendiam que ele havia traído a sua religião, procuravam matá-lo. Entre os cristãos, também havia grande desconfiança a seu respeito. Muitos não acreditavam que sua conversão fosse veraz.
O ministério apostólico de Paulo tinha uma característica marcante, dedicou-se a pregar fora das fronteiras de Jerusalém. Viajou Europa e Ásia espalhando o evangelho por todo mundo conhecido. Fez três grandes viagens. Fundou igrejas, cuidou delas, fê-las crescer, era incansável: alimentava a fé de muitos irmãos com suas cartas circulares – cartas que eram endereçadas a uma igreja e logo depois circulavam por igrejas de outras regiões.



A expansão do evangelho através do ministério de Paulo foi surpreendente, sobrenatural pois todo o seu ministério foi marcado por muitas perseguições tal qual ele mesmo declara defendendo o seu ministério:

“Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um; três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez.... Em Damasco, o que governava sob o rei Aretas pôs guardas às portas da cidade dos damascenos, para me prenderem, e fui descido num cesto por uma janela da muralha; e assim escapei das suas mãos.” 2Cor. 24 – 33


Prisão Romana


E mesmo depois de preso declarava: “sou embaixador em cadeias” suas prisões sendo domiciliares ou não, nunca conseguiram parar aquele que costumava dizer “... mas a palavra de Deus não está presa.” 2 Tim. 2:9
Mesmo alvo de traições, invejas continuava um homem cheio de amor e era receptivo aos gestos de amor dos irmãos. “...Onesíforo, muitas vezes me recreou e não se envergonhou das minhas cadeias;” Seus companheiros de cela, carcereiros, soldados, a Guarda Pretoriana todos, eram alvos dos seus ensinos e eram impactados com a sua convivência. Por onde passava Paulo deixava um rastro de amor, ousadia e manifestações incontestáveis de um homem que havia estado com Jesus. “Fil 4:22 Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César.” Ele passou pela casa de Cezar, isto mesmo, como prisioneiro do Imperador Romano Cezar, e deixou santos ali.





A cada cidade em que chegava, seguia para a sinagoga mais próxima e ali ensinava.
Muitos ouviam o que Paulo falava. Judeus, curiosos, inimigos. Para ele pouco importava a nacionalidade, a raça ou religião, sua missão era ensinar a todos que Jesus é o Filho de Deus, Messias esperado.

JESUS...





Naquela época, estou falando do primeiro século depois de Cristo, todo o Mundo Ocidental, era dominado por Roma, com seu sistema de leis e de comunicação que era viabilizado por suas estradas, literalmente todos os caminhos levavam a Roma. A religiosidade e cultura influenciadas pela Grécia, belicamente mais fraca e culturalmente fortíssima que marcaria não só a poderosa Roma, como a Cultura Ocidental para sempre.


O que os Gregos e Romanos, orgulhosos Senhores do saber e do mundo, não poderiam imaginar é que entre os seus dominados, entre a ralé, na pequena Judéia, nasceria um homem que impactaria o mundo, dividira a história sem força e sem violência, com a prática do bem e do amor. Poderoso em obras e palavras, confundia os sábios e entendidos, deixava a todos admirados com sua doutrina ao ponto de dizerem: “nunca vimos tal coisa !” e ainda: “Quem é este que até o vento e mar lhe obedecem?” Este é Jesus!!






Jesus Cristo andava fazendo o bem, ensina com excelência, conta histórias com temas simples do cotidiano dos que o ouviam. Ilustrava os seus ensinos com o que estava ao seu redor, “olhai as aves dos céus...”, “Pode por acaso um cego guiar outro cego no mesmo caminho?”.
Ele se compadecia, chorava, se alegrava em curar, surpreendia-se com a grande fé de alguns gentios à margem do poder religioso judaico, e a pequenez da fé dos religiosos que se diziam assentados na cadeira de Moisés. Diante da dúvida “Se queres podes curar-me” ele simplesmente disse: Quero!

Afirmava ser Deus o seu Pai, para quem ele de forma obediente adentrou à natureza humana, “nascido de mulher”, nascido sobre a lei”. Nasceu como homem, no tempo próprio, “na plenitude dos tempos”. Desenvolve um ministério de exatos três anos, cumpre tudo o que estava escrito ao seu respeito desde Moisés até os profetas.


O mestre Jesus, ensinou plenamente, além das palavras ensinou com a vida, deixou-se humilhar tomando forma de servo, tornando-se semelhante aos homens. Humilhou-se com o pior tipo de morte, a morte de cruz; e com ela se fez maldito por todo o homem.


Jesus 
"Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo." (Colossenses 2:14-15)vence a morte. 

Ressuscita ao terceiro dia como havia dito que faria, e durante quarenta dias é visto por muitos irmãos. Consola os discípulos, come peixe com eles, trata de forma especial com Pedro e com Tomé. E por fim, lhes dá instruções sobre a descida do Espírito Santo que atuaria como ensinador, consolador e passa a habitar dentro do homem que crê, manifestando-se através de sinais sobrenaturais ilimitados, como sou limitada eu posso aqui citar alguns como: línguas estranhas, revelações proféticas, visões, entendimento das Escrituras Sagradas além da letra ou seja o que está por trás das palavras, transportar-se de um lugar para o outro em espírito.

Jesus volta para o seu Pai deixando muitos discípulos. Sem distinção de raça, cor, idade ou condição social. Ordenou-lhes que ficassem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder acontecimento descrito no livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 2 e através da pessoa do Espírito Santo, enviado para tornar possível, na ausência corpórea de Jesus na terra, fazer multiplicadores capacitados no mesmo nível dos discípulos que Jesus fez, discípulos íntimos de seu mestre. Estes, disse Jesus, através do Espírito Santo poderão fazer coisas ainda maiores do que as que ele fez.


Ordenou-lhes ainda “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura... estes sinais seguirão aos que crêem, em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.”


(Mc 16:15,17-18)